sábado, 10 de janeiro de 2015

Teddy Bear



Me chame de Teddy Bear – não comporto um “ursinho pimpão”. É isso que tenho sido. Seu velho Teddy Bear, para abraçar quando a noite é de tempestade e todo mal ameaça vir. Quando o escuro é demais e o mundo se volta contra você, eu estou lá. Eu sempre estive.

Mas quando a noite é de festa, ou quando o mundo sorri e o sol brilha, não há lugar para mim em você. Daí meu lugar é o armário, fechado, escuro, escondido. Daí eu tenho cheiro de mofo, o pelo embolado e as costuras desfeitas. Daí eu sou infantil. Alguma coisa que ficou do passado e que é guardada para quando for útil de novo. Para quando alguém apagar a luz e a chuva se avolumar no horizonte.

Sim, porque então sou, de novo, seu Teddy Bear, fofo e com as velhas frases ensaiadas. Basta apertar-me e eu vou repetir. “Eu te amo!”. “Vou sempre estar com você!”. “Eu te amo!”. “Vou sempre estar com você!”. Isso até que as nuvens partam e as visitas cheguem. Então não sou mais que um incomodo, mais do que um brinquedo quebrado que, de vez em quando, de forma bem inconveniente, diz “eu te amo”, do armário, sem ter sido apertado. Um incômodo.

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