sexta-feira, 4 de abril de 2014

E a vida imita a arte

Nanny McPhee quando chegava em alguma casa já logo dizia: "Enquanto vocês não me quiserem, mas precisarem de mim, eu ficarei! Quando vocês me quiserem, mas não já precisarem de mim, então é hora de eu partir..."

No começo, a Srta. McPhee é uma bruxa, em modos e aparência. E as crianças, como consequência, não poderiam ser piores. Com a convivência, porém, os pequenos começam a criar um laço muito bonito com a babá. O interessante é que a mudança de seus conceitos se reflete também na aparência da Nanny, que termina o filme como a bela Emma Thompson, sendo amada por seus anjinhos.

Sim, a vida imita a arte e é difícil escrever. Hoje foi meu último dia como professor municipal. Foi um dia de choro, de declarações, de pedidos de desculpa e de abraços sentidos. Como faz a Nanny McPhee, chegou a hora de eu ir. Chegou aquele momento tão esperado, em que eles queriam a minha presença, ansiavam pelas nossas aulas, compartilhavam comigo suas ideias e suas vivências. Todo esse movimento, porém, fez com que eu não fosse mais tão necessário. Eles aprenderam o que eu queria ensinar. Talvez não sobre substantivos, predicados e orações. Mas sobre vida, sonhos, postura, amor ao que se faz e dedicação.

A minha despedida me mostrou isso. Meu trabalho, apesar de tudo, tudo, tudo, foi feito. Vou feliz, por novos caminhos, para novos alunos, novas vivências e novos aprendizados. Sim, eu ainda tenho muito para aprender. E vou. Espero que eles também.

Deles e dos colegas queridos eu vou sentir muita saudade. Mesmo.