terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Diluição

Ághata me esgota.

Se um dia eu perguntasse o que há nos drinques pretos que ela sempre bebe (e se eu sobrevivesse ao olhar que viria então), ouviria dela uma resposta assim:

"Teu sangue. Teu sangue que eu recolho em picadinhas enquanto dormes. Teu sangue que eu sugo todo pelas seringas e depois fervo por três dias e meio. Teu sangue que misturo com canela, noz-moscada e breu moído. Teu sangue que eu provo em colher de pau até estar bem no ponto, amargo e fluído. Teu sangue, meu querido, o que eu bebo é o teu sangue, diluído em duas partes da tua própria alma."

Sim, Ághata me esgota.

Gota a gota.

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