quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Boneca de Pano

A vida como se fosse uma boneca torta, de pano.
Sempre precisando de um remendo.
Sempre soltando uma costura.
Sempre embolando os flocos do recheio.
Sempre caindo o olho de botão azul.
Sempre enozando os cabelos de lã.

E a gente remendando, cosendo,
desembaraçando,
pregando botão,
desenozando a lã

E quando a gente termina (enfim),
a boneca nunca parece mais nova.
Nunca melhor.
Sempre mais trapo.
Sempre mais lixo.
Sempre assim, ó.

sábado, 25 de setembro de 2010

O vôo da mariposa

Textos e escadarias e cruzes. Quando eu a conheci, ela era ainda lagarta. Sobrancelhas largas, óculos de aros pretos, cabelos sem corte e moletons bem largos. Alguma coisa no brilho daquele sorriso, no entanto, me fascinou. E como não se deixar fascinar? Havia nela uma nuança de timidez, um coração capaz de abarcar o mundo e uma bondade de criatura santa. Por esses jogos que não se explicam, senti por ela um carinho imensurável. Eu soube, já de início, que seria sempre amigo daquela menina.

Destinos e rodas e ventos. Nos perdemos por um tempo. Tempo esse, em que ela ficou no casulo. Quando voltei a encontrá-la, por ocasião de uma ida minha ao jornal, a encontrei já mariposa. Mulher crescida, lentes de contato, cabelos bem cortados, sobrancelhas bem finas e o mesmo modo de sorrir. Por essas coisas de acaso, achei o blog dela na internet, ainda o Crazy Lidi. No blog o msn e por lá ressurgiu nossa amizade.

Letras e jornais e Nelsons. Foi por ela que consegui o emprego no jornal. E, apesar de todos os estresses, que não foram poucos naquela época (acreditem), fomos imensamente felizes. Nossos risos ecoavam nas tardes vazias. Nossas reflexões apaixonantes e mordazes tinham espaço no empacotamento de jornais, aos sábados de manhã. Pelo msn, as tiradas inteligentes e hilárias voavam de uma sala a outra, com ela sempre tendo que prender o riso: o chefe estava de olho! Emessenadas à parte, foram aprendizados, alegrias e algums incômodos bem repartidos. Foi por incentivo dela que mudei de curso minha vida. Abandonei o Jornalismo e encontrei a área das Letras.

Anjos e nuvens e borboletas. Foi através dela, também, que conheci aquela menina do guarda-chuva vermelho, que veio na porta e me cumprimentou docemente. Foi pelos vôos dessa mariposa que se encontraram um anjo e uma borboleta (post do dia 02/04). E se amaram. E se amam. Foram tempos de risos tríplices e inocentes menages a trois virtuais. Ríamos até a dor, bêbados de amizade, como na festa de São Cristóvão, ou naquela noite na portaria do edifício Zanetti.

Tempos e chuvas e ruas. Coisas tantas aconteceram desde aquele tempo. Nem todas boas. Houve momentos de sol, sim, mas também foram muitos os céus de chuva. Perder-se, para quem voa, é mais fácil. Apesar disso tudo, a amizade continuou, com contatos mais ou menos intensos.

Mariposas e luzes e céus azuis. Mariposas, como é sabido, voam para a luz. Talvez haja nelas algum mecanismo que da luz se alimente, que do brilho se nutra. Na escuridão, essas lepidópteras somente murcham suas asas, fenecem em seus vôos. Por isso, é tempo da mariposa sair da Cratera, seguir um halo de sol e encontrar céus azuis. Ela vai para longe, para outras terras, voar entre outras gentes, mas leva cada segundo nosso impregnado nas asas, eu sei. Ela vai e leva no peito os sorrisos, os olhares, as palavras, as borboletas, os anjos, os nelsons, as cruzes... Ela leva tudo que foi, tudo que viveu, e a isso ela vai colocar novas cores, novos espaços, novos seres que voam, novos bichos que rastejam, novos sons, novas glórias e novas lágrimas. Tudo para ser ainda melhor, ainda maior, ainda mais bela.

Lidita.
Querida mariposa.
És minha irmã por tantas, tantas coisas. Somos tão iguais em muito, até no número da identidade (só os três últimos dígitos mudam), que não sei me despedir de ti sem dizer que perco um pedaço meu. Só não fico mais triste, porque seria egoísmo demais, diante da felicidade que vejo em ti. Tu realizas agora um sonho há muito nutrido, voas para teus céus azuis. Tenho certeza que de vais encontrar neles toda luz necessária para fortalecer tuas asas e revigorar tuas cores. É um movimento natural, tua alma alada já não cabe nos vincos e escuridões dessa Cratera. Eu te desejo toda felicidade e toda sorte que puderes encontrar. Eu te desejo bons ventos, boas aventuras, boas amizades e boas descobertas. E pode ter certeza de que, quando você precisar, vou estar aqui. Pode ter certeza também de que a cada momento importante estaremos pensando em você, eu e minha borboleta. 
Lidi, nós estaremos aqui esperando ansiosos o dia de te rever, de te abraçar de novo, de ouvir tua voz e fazer coro com teu riso. Mas, enquanto esse dia não chegar, estaremos torcendo a cada momento para que tu sejas imensamente feliz. Afinal, tu mereces.
Com amor,
Vini - teu terno e eterno mano.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

1º Dia. Manhã

Eu já estava no chuveiro enquanto ela ainda escovava os dentes. Nosso primeiro beijo foi assim, comigo molhado, com ela cuidando os respingos. O segundo foi quando eu já colocava as calças e ela saía para o trabalho. Ao sair ela deixa meu guarda-chuva sobre a cama. Ela sabe que eu não vou levar. Me conhece.
Na esquina a dúvida: ia direto para a rodoviária ou passava antes na Padaria? O barro no caminho para a padaria me fez decidir.
Na rodoviária três velhas sentadas no banco, esperando, enquanto discutiam animadas a possibilidade de uma delas fazer carteira de motorista. Duas das três eu conheço desde pequeno. Elas, no entanto, não lembram de mim. Não me reconhecem como o menino de quem apertavam as faces coradas. Eu sento com elas e espero, mudo.
O ônibus chega e o motorista é a cara do Sérgio Loroza. Embarco. Embarca uma das velhas a fazer coro com as demais já dentro do ônibus.
O motorista dá partida e seguimos. O asfalto parece um amontoado de buracos, o ônibus parece querer virar a todo custo. As velhas gritam e riem, felicíssimas, como se fossem morrer. Tenho a impressão de que estou dentro de uma coqueteleira, sendo jogado para todos os lados. Sério. Alguém poderia fazer sexo aqui dentro ficando imóvel, e ainda assim teria a transa mais intensa da vida.
Ainda em Tapera o ônibus para. Sobe uma "jovem senhoura" toda de rosa, dos tênis à fita de cabelo. Na bolsa da mulher a explicação: Pedagogia, em letras garrafais. O moço que a levou até a parada é alto, loiro, não mais de 25 anos. Parece estar olhando para uma musa.
Vamos. Agora que acostumaram ao balanço de terremoto e perceberam que não morrem hoje, as velhas se fecham em caras amargas.
Em Victor Graeff entra uma coquete, acompanhada do pior tipo: o galã de rodoviária.  Ele tenta ser sedutor e engraçado a viagem inteira. Como se ela fosse transar com ele por isso.
Chegamos em Passo Fundo. A primeira coisa que acontece é chover. E o guarda-chuva na cama.
Desembarco na rodoviária. Agora é esperar.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Drops

Foto de Valérie Gautier

Como se as duas meninas, vizinhas, decidissem que hoje é dia de faxina. Como se elas fossem aos fundos, na bica, e enchessem d'água os baldes. Como se elas esparramassem a água no chão (já limpo) e empurrassem, com rodos, tudo pra fora. Como se eu tentasse falar da chuva, da umidade, do dia horrível para se lavar a casa. Como se elas não me escutassem. Drops, drops, drops. Como se eu escutasse cada gota caindo, inevitável. Como - quase como - se eu estivesse chorando.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Post Confuso

(ou aquela coisa que acontece quando eu não consigo me ordenar)

Fac simile: eu simplesmente odeio ser copiado, em qualquer sentido. Ultimamente usurpam-me as palavras. Eu as uso - ou invento - num dia e no seguinte elas estampam (garrfais) as páginas dos teus jornais. E tu queres o quê delas? Parecer que tem graça, criatividade, qualquer traço de alguma coisa? Gris. Quem usa? Cansado em imenso disso. Preciso dizer também de um rapaz que vi na UPF. O chiripá dele tinha mais broderis que o vestido de noiva da minha mãe. Não entendo. Andar de pilcha na Semana Farroupilha é tão útil quanto sair nu na rua em época de carnaval. Tradição é uma coisa, ir na onda é outra. Comportamento de rebanho fica horrendo em símios. A propósito, se tu admiras uma pessoa completamente vazia, mais vazio ainda és tu. E disso vem o meu: "diga-me a quem tu amas e eu te direi quem és". Mas triste, triste, triste: há uma avenca que estará partindo muito em breve, ela precisa de uma luz, de uma água, de uma terra, de um xaxim que não encontra aqui. Por conta dela, estou misturado entre a euforia e a tristeza nossa. Bliss & Gris. É melancólico ver que coisas importantes acontecerão sem um abraço nela. Ao mesmo tempo, é bonito ver os sonhos brilhando nos olhos da avenca. Please, bliss e gris. No mais, estou em temporada de desconstrução, como aquela menina lá que a cada inverno desfia um casaco para fazer outro novo. Sem mais, então. A lã é marrom. Hora de ir.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Reino em Caos

Outro dia andava eu por aqui a procurar Agosto. Verdade, ele me sumiu bem no meio do ano. Eu tive Julho e agora essa coisa de Setembro. Não me lembro, juro, sequer de ter escrito nos cadernos o mês 08. Fiquei eu sem Agosto, então, como se isso fosse coisa muito normal.

Agora quem me sumiu foi a Arte Poética. Não, não a inspiração, mas aquela escrita pelo Aristotéles [sic]. Ontem mesmo ela estava lânguida e pequena sobre a minha cama. Hoje não está mais em parte alguma. Eu desconfio que ela tenha batido asas junto com os pássaros do "prazer da leitura" de que falei ontem.

Ou talvez ela tenha levado as coisas muito ao pé da letra, correndo casa afora em busca de qualquer tragédia. Tragédia terei eu, amanhã, na aula de narrativa, sem saber as partes da dita. Bem, talvez eu lembre de alguma coisa, de tanto que já li a maldita, me sinto íntimo do Aristotéles - que fumava altos baseados antes de escrever, segundo minha ex-inimiga Caroline.

Então tá.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Cá entre nós

É interessante entrar no Mestrado em Estudos Literários por amar a Literatura. De repente você nota que estão fazendo tudo ao contrário do que ensina a teoria. Ao invés de tornar a leitura agradável, resenhas obrigatórias tratam de tornar tudo um imenso fardo.

Como é possível ler sobre “o prazer de ler” de forma rigidamente imposta (e não seduzida, diga-se de passagem)? Depois de páginas e páginas e mais páginas ou você pretende mudar o mundo, fazendo com que todos leiam Machado de Assis, ou você mesmo desiste de ler qualquer coisa, porque seus olhos ardem mais do que braseiros.

Não há, vejam só, tempo (ou disposição) para a minha leitura “prazerosa” e “descompromissada” de que me falam as teorias. É tudo sempre hipócrita assim? É. A gente deve mais é acostumar. Minha pior professora, até hoje, era a que na graduação nos dava didática, vejam a incongruência.

Não sei. Talvez as pessoas se deixem bitolar tanto por teorias que esqueçam o lado prático da coisa. Talvez pensem que estamos em outro patamar, que temos a obrigação de gostar de ler. Não temos. Tampouco temos a opção de não ler (Rogai por nós, Santo Pennac), a menos que uma nota ruim seja aceitável. E não é.

Voltemos então à leitura superficial e à pior resenha que já escrevi em todos estes anos. Voltemos a criticar práticas que obrigam os alunos a leituras que não lhes interessam. Voltemos a falar das maravilhas causadas por páginas escritas. Voltemos a cinco folhas de mentiras mal-lavadas. Voltemos.



"Burn this house
Burn it blue
Heart running on empty..."

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Valium

Ela se debruça na janela e vê a vida chover. Um livro morto nas mãos, uma carta desperdiçada dentro dele. Um motivo para ser triste: o menino não tem mais bicicleta, portanto, nada de flores perdidas na varanda. O menino nem é mais menino, paciência de ser sozinha, então.

Ela pensa e lembra de outro tempo, em que havia ao menos a promessa de estatelar. Hoje não há. Ela olha as lágrimas no vidro, escorrendo e formando imagens embaçadas. Ora uma flor, ora uma caveira, ora um peito aberto e com um urso dentro.

Na rua, um homem vai lento, cobrindo a cabeça com as notas da semana, não funciona. Ele se molha de qualquer jeito. As manchetes escorrem feito negro fluído pelas macilentas mãos. Se ele corresse, pensa ela, talvez não se molhasse. Como é inútil pensar por ele.

A água, que desce lamacenta, carrega, de repente, uma cabeça, de porcelana. Labiosinhos vermelhos, olhinhos azuis. Aparece e, no momento seguinte, afogou-se. É isso. E outro outono já pode chegar. Não faz diferença.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

(des)Classificado

Procura-se um agosto perdido. Quem encontrar, favor entrar em contato.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Cão

Ele andava pela rua, branco e preto. Não pedia nada, também em troca não oferecia perigo quase nenhum. Quando rosnava, coitado, era para as pulgas próprias.

Cheirava uma pedra mijada aqui, uma sacola rasgada ali... Se alguém lhe gritava ele olhava humilde, tapando as intimidades com a cauda. Ainda assim, se necessário fosse, empenhava os varetos das pernas a correrem de pronto.

Gritavam muito com ele, sem que ele soubesse entender. Cuidava tanto para não mexer em coisa alheia, para não chegar perto daquela gente feia. E eles vinham com berros que falavam em “suma”, “caminha” e “casa”. Ele não assimilava tudo; entendia que era para correr e então corria.

Naquele dia, foi bem perto do meio-dia que cruzou a viela da Boa Esperança. Andando embalado por algum cheiro de carne fritando, ia de olhinhos fechados, focinho alargado, inebriado o pobre cão.

Veio então o barulho esquisito, que de tão distraído ele nem pensou em checar. O sol era bom e o cheiro prometia delícias escorrendo na boca. Por que ele ligaria para o som de alguma coisa cortando o ar? Além disso, não era estranho o barulho, ele só não consegui lembrar. Se concentrasse um pouquinho, desviasse do torpor do sol, da carne...

Pedra, de repente ficou todo ele desperto e lúcido. Pedra! Mas não deu tempo dos olhos pretinhos se abrirem de todo. Metade de um tijolo de construção já estava voando perto demais da sua cabeça...

E a rachou em duas partes.

Textinho interpretativo

Palavras. Eu, como pseudoquaseescritor acho incrível o poder de criação delas. “Faça-se a luz e a luz se fez”. Não só a palavra escrita pode estruturar reinos, castelos e reis. Também a palavra falada é capaz de maravilhas. Minha mãe, por exemplo, não me pariu. Tampouco foi ao me adotar que ela se tornou mãe. Ela foi assim por mim criada quando eu disse pela primeira vez “mã”. Mas este texto não é para ela.

Verbos performáticos – disse Benveniste de dedo em riste – safadinhos vocês, aiaiai. E assim se deu mais uma criação, pela denominação. (E o homem só domina o que denomina, sabe?) Quando eu disse sim e você disse sim, aconteceu de alguma coisa no nosso universo mudar, se construir, explodir em criação de átomos e prótons de pura luz. Big-bang.

Mas, ah, palavras. Também de destruir elas são capazes. De quebrar, de trincar, de rachar, de matar. Só um punhadinho de vento que não se pode pegar na mão. Palavra.

— Tem dias em que é difícil te aturar.

Viu? Palavras. Textos, contextos, leituras e interpretações de Santa Ieda Linck. Se há dias em que é difícil me aturar, nos outros todos é fácil. Em todos eles, no entanto, você me atura. Eureka, tenho más novas para você. Eu não preciso ser aturado. Sabe, eu pensava que precisava ser amado, mas acho que não também. No fim o que a gente precisa é ser. Só. Estar também, mas disso eu não tenho certeza.

Um fardo precisa ser aturado. Um peso. Um incômodo. Uma sina. Um câncer. Um furúnculo. Um vizinho barulhento. Uma pena de prisão. Um barulho de construção. Um vazio. Um pesar. Um verme. Uma perna quebrada. Uma morte da vida qualquer.

Mas eu não.

Um dicionário me diz que “Aturar” é verbo transitivo. E me diz que “Aturar” vem do grego. E me diz ainda que “Aturar” é sofrer, suportar. Mesmo quando é fácil, (me) aturar é sofrer, suportar.

Eu, então, exijo teu sofrimento. Eu, então, exijo que me suportes. Oh, alma boa, faça-se livre, então, de tamanho desgosto. Desaturar, se não existe, a gente cria, inventa. Uma palavra a mais, o que custa?

Só sei que repito:  não sou pessoa que precise ser aturada. Ninguém é, aliás. Agora ature-se com isso. Durma bem com um barulho desse.

Não sou fardo, peso, incômodo, sina, câncer, furúnculo, vizinho barulhento, pena de prisão, barulho de construção, vazio, pesar, verme, perna quebrada e nem morte de vida qualquer.

Não sou.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Cratera

Na entrada há uma placa “Bem-vindo à Cratera”. E, de fato, passado o trevo se desce ao buraco. Quem passa por aqui é enganado, facilmente. Temos flores nos jardins. Uma colega de Luz Alta me disse isto uma vez: “Que cidade adorável, tão bonita e aparentemente hospitaleira.”

O acerto da frase? “aparentemente”. Nós, craterenses, vivemos de aparências. Por dentro somos ocos, mas plantamos flores e isso nos redime de vez em quando. Ocos, vazios, ovos pintados ainda sem o recheio de amendoins. O importante é o colorido de papel crepom.

Para cada acerto há um motivo, talento não. Quem enriquece, por exemplo, é traficante de drogas. Mulher solteira que se veste bem é bancada por homem rico. Quem consegue emprego é parente do empregador. Ou amante. Ou parente & amante.

Os pássaros cantam tanto em Cratera... Mas por baixo dos trinados há um sussurro ininterrupto. Tão acolhedora a cidade... pra quem vem de fora. Pra quem não está, permanentemente, à mercê dos ovos ocos.

Em época de eleições... mais um pedindo voto.


Tem design meu concorrendo por lá.
Sendo assim, VOTE!
(ou não)