quarta-feira, 25 de março de 2009

Sol de (nem quase) desembaralho

Para (jamais) ouvir ao som de Capullito de Aleli

Eu (quase) estou feliz. Assim como seriam felizes todos aqueles (que como eu) esperam. Quando o telefone tocou (de número desconhecido) eu bem pensei que fosse ela (a vida). A Vida é carta (rara) de um só dos meus tarôs, porém, A Morte está em todos eles (onde O Sol?).
Aos primeiros acordes do telefone, preparei dentro de mim uma alegria (descabida), que por não caber nem no peito (nem no tempo), não chegou a ser. Ainda assim, houve o formigamento que brotou (verminúsculo) no meio do peito.
Fui (quase) feliz. Mas minha felicidade é pecado pesado demais para Ele. E porque não quer me ver pecando (no auspício paraíso), coloca-me num inferno (desmedido).
(“não existe pecado do lado debaixo do Equador”)
Por que meus risos (de quatro sisos) ofendem (tanto)? Que bálsamo (amargo) lhe trazem minhas lágrimas (ressequidas) a ponto de Ele as desejar (com avidez desvairada)?
Eu esperava uma ligação como aquela (que você espera), capaz de mudar O (nosso) Mundo (vide carta 21, em anexo). Mas o pastor da rua grita (“Sua felicidade é importante para Deus”), deixa-me então. Deixa-me (tonto e/ou louco), porque realmente ela é importante a Ele, (tanto) a ponto de ofender sua paz (celestial). De tanto ser quase (quase quase quase quase quase ...) feliz, já sou triste.
(“É melhor ser alegre que ser triste, alegria é a melhor coisa que existe”)
(Mas) Fato é que a ligação nunca é a que se espera. A voz (de moça) do outro lado não era a voz que eu esperava ouvir. (nunca é). As coisas que disse essa voz não eram as (coisas...) que eu precisava escutar.
Não foi por isso as velas no altar (os joelhos ainda dormentes).
Não foi por isso os sussurros (insanos) nas ruas em noites (tão escuras).
Não foi por nada disso a minha métrica (fluídica).
Ela me ligou e sua ligação (comum) eu não queria. O sentimento (para que entendam) é o mesmo de um mendigo, a quem dessem pão, quando o que ele queria era dinheiro (para comprar cachaça). Não quero pão. Quero circo (e champanhe, por favor). Mas (nem) sequer pão me deram. Ligação de insignificância, quando o que se espera são dois sóis.
(“Mas você pode ter certeza, de que seu telefone irá tocar”)


2 comentários:

  1. Nuss, gostei muito do clima desse texto
    Essas entradas no texto com parenteses como um sussurro louco (louco?) esclarecendo determinadas vontades XD
    Gostei muito
    Desculpa não ter aparecido nesse tempo todo, eu ando ficando pouco na frente do computador
    Ja te enviei a monografia
    Abraço Anjo!

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  2. O inferno (sabe-se bem) é o outro.

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