sexta-feira, 9 de maio de 2008

Please Die Ana

Uma música calma embala seus sonhos para muito além das nuvens frias. Um estranho amor em forma de anjo a carrega em seus braços e leva pra mais perto do céu. O frio, as estrelas, tudo é somente música. Uma lágrima escorre, mas ela já não pode ferir. Aquele som, aquela letra, aquela música, tudo era somente para ela. Por isso que chorava sem saber.
Agora ela anda, procurando em algum lugar uma sombra daquele menino, procurando em outras bocas aquela que nunca tocou. Desencontros, encontros e uma música suave sempre ao fundo. Notas em dó que a fazem voltar a um tempo que poderia ter sido feliz, tão feliz. Agora é tarde, outra criança longe de quem queria estar.
Ela chega em casa, a mesma casa de sempre. Não há o perfume dele nos corredores, não há sua voz enchendo o quarto, a bicicleta não desce a ladeira e nada de cartão escarlate. O vento lhe tem dó, mexe nos cabelos, mas logo enterte-se mais com as folhas no passeio. O amor não sabe esperar, aprende agora, tarde. Onde estará sua outra parte, seu brilho de prata? Ria, alto e falsamente, caso contrário, criança, poderás chorar sozinha à noite, no seu quarto.
A música agora é lamento, fúnebre canto de negra sereia. O mar esconde quem queria ver. Por quê? Se você tivesse agido certo, se você não tivesse fugido ele ainda estaria aqui. Tristesse é nome de rocha de sal que tem nela gravado o nome seu. Uma estrela cadente marca seu destino de páginas rasgadas. Ele se foi e não vai mais voltar. Não vai não.

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